Tu
No avesso dos dias,
Nas luas esquecidas,
E na idade perdida,
Encontrei-te.
Eras tu
Pássaro fugaz,
Onda voadora de sonhos
A invadir a madrugada.
Encontrei-te
Nas horas sonâmbulas,
No grito de luz,
Na solidão clandestina.
Eras tu
Sempre,
Lágrima de orvalho,
Raiz de Março,
Espiga na lonjura.
E eu,
Encontrei-me,
Pássaro louco,
Na tua mão
Menino perdido.
Eras tu,
Sempre tu
A esvoaçar
Dentro da luz morna,
Na claridade do peito nu,
Nos dias,
Na chuva dos dedos,
Na folha embriagada.
Sempre,
A nasceres em mim
E eu em ti
Ao longe,
No som do futuro,
Inundado
Por dentro.
Fernando Jóia
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